Erros históricos e científicos da Bíblia*

 

Exemplos de erros histórico e científicos da Bíblia (retirados do livro A Bíblia sem mitos: uma introdução crítica, de Eduardo Arens, das páginas 216 a 217). Por favor leia também o alerta depois do final desta lista:

  • «Em Lv 11,6 e em Dt 14,7 proíbe-se comer a lebre “porque ela rumina”, quando, na realidade, ela não é um ruminante, mas um roedor. Igualmente em Lv 11,22, se cataloga o gafanhoto como “um bicho alado que anda sobre quatro pés”, quando na realidade tem seis pés.
  • Em Jó 20,16 se afirma que “a víbora mata com a língua” (literalmente), quando, de fato, é com as presas.
  • Jó 26,11;37,18: “as colunas do céu cambaleiam…” pois o céu é uma “abóbada sólida como espelho  de metal fundido”. O céu é realmente assim?
  • Certamente o grão de mostarda não é “a menor de todas as sementes que há na terra” (Mc 4,31).
  • A arqueologia evidenciou que  Jericó, Hai, e Gabaon não eram habitadas nos tempos de Canaã (Js 6-9). Igualmete Lakish e Taanak não sofreram destruição alguma e não passaram a ser cidades israelitas antes do séc. X.
  • O percurso da conquista apresentado em Juízes 1 é muito diferente do que encontramos em Josué. Além disso, foram incluídas cidades como Dor, Jerusalém, Gezer, Meguido e Taanak (Jz 1,21ss), que continuaram sendo cananeias, não israelitas, durante muito tempo depois da conquista.
  • Judite 1,1 está errado: Nabicodonosor não foi proclamado rei dos assírios nem reinou em Nínive, que havia sido destruída por seu pai em 612.
  • O famoso Baltazar, em Daniel 5, na realidade nunca foi rei. Tampouco era filho de Nabucodonosor, mas de Naboind, o último rei babilônico.
  • Contrário ao que está dito em Dn 6,1, não foi Dario, o Medo, (que nos é desconhecido) quem conquistou a Babilônia, mas Ciro.
  • Dario (persa) não foi “filho de Xerxes” (Dn 9,1), mas antes seu pai!
  • Segundo Dn 11,2, a Ciro sucederiam “três reis” antes que seu império tivesse caído, mas sucederam-lhe nove reis!
  • Mc 9,17-28 narra a cura de um menino “possuído por espírito mudo”, mas a descrição corresponde ao que hoje conhecemos como epilepsia: “atira-o por terra, lança espuma e range os dentes, e fica rígido”.
  • At 7,16 confunde Abraão com Jacó (confira Gn 23,17ss;33,19).»

* Nenhuma destas incoerências, discrepâncias, contradições e erros da Bíblia serve para fundamentar qualquer acusação de ilegitimidade da Bíblia, mas sim para fundamentar a necessidade do estudo do contexto no qual cada texto foi redigido, partindo do pressuposto de que nosso conceito de “verdade” contemporâneo implica a coerência entre o dado empírico e o que se diz dele, enquanto que no tempo em que os textos foram redigidos (depois de terem sido, em alguns casos, transmitidos oralmente), “verdade” implicava na autenticidade, ou seja, na ideia de ser “fiel, estável, merecedor de confiança”, conforme o que o autor diz na página 214 deste mesmo livro de onde copiei a lista.