RIO GRANDE DO SUL NA ROTA DOS GEOPARQUES

Mobilização gaúcha pelo reconhecimento de Geoparques reúne entidades de ensino, pesquisa e extenção, prefeituras e comunidades locais.
Paisagens de Caçapava do Sul

Desde 2001 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) começou a reconhecer com atribuições de selos de Geoparques, territórios que guardam informações das transformações geológicas do Planeta Terra.
Em 2004, 17 Geoparques europeus e 8 chineses passaram a compor a Rede Mundial de Geoparques (Global Geoparsk Network – GGN em inglês) que hoje conta com 117 locais delimitados, cerca de 50% deles na Europa, 40% na China e 10% pelo resto do mundo onde os trabalhos de reconhecimento e certificação são mais recentes.
A certificação é temporária (4 anos) e sua concessão e renovação dependem de avaliações periódicas que levam em conta vários requisitos como as gestões públicas e o envolvimento da população local na preservação do patrimônio geológico e todos os outros aspectos do patrimônio natural e cultural da região, bem como a implementação de práticas sustentáveis nos Geoparques.

No Brasil Já existem 3 Geoparques catalogados no GGN:

Geoparque do Araripe, na bacia do Rio Araripe No Estado do Ceará caracterizado por importantes registros geológicos do período Cretáceo Inferior, entre 90 e 150 milhões de anos atrás, especialmente pelos fósseis de peixes, insetos, aves, plantas e até pterossauros (répteis voadores) encontrados na Região.

Geoparque do Seridó, na região centro-sul do Estado do Rio Grande do Norte abriga mais de 120 mil habitantes, incluindo comunidades quilombolas, que mantêm viva a memória de resistência a escravidão de seus antepassados. O geoparque é um testemunho dos últimos 600 milhões de anos da história da Terra e abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungstênio, além de fluxos de basalto decorrentes da atividade vulcânica durante as Eras Mesozóica e Cenozóica.


Geoparque Caminho dos Cânions do Sul, onde o famoso cartão postal do Rio Grande do Sul o Cânion do Itaimbezinho é apenas a “ponta do iceberg” de uma região composta por praias, lagoas e paleotocas (abrigos subterrâneos escavado por mamíferos da megafauna) que abrigaram animais de mais de 10 mil anos. Mais recentemente foram encontrados na região, além de gravuras rupestres, troncos de árvores fossilizados.

Atualmente existem 3 regiões do Estado sendo avaliadas por representantes da UNESCO:

Em outubro, os nove municípios que integram a Quarta Colônia (Ivorá, Silveira Martins, Nova Palma, Faxinal do Soturno, Restinga Seca, Pinhal Grande, Agudo, São João do Polêsine e Dona Francisca) receberam os avaliadores, Ángel Hernandéz (geógrafo e historiador espanhol) e Helga Chulepin (geóloga uruguaia). Cachoeiras e os mais antigos fósseis de dinossauros encontrados no mundo., passaram pela análise da dupla que pode ajudar a certificar o Geoparque da Quarta Colônia.

Neste mês, o trabalho da Unesco representada por Antonino Matencio (Biólogo e especialista em Ciências Ambientais da Espanha) e Mahito Watanabe (Geólogo e paleontólogo Japonês), esteve no município de Caçapava visitando seu riquíssimo patrimônio cultural e natural, formado por formações rochosas já a muito conhecido de montanhistas, alpinistas e escaladores de plantão.

Ainda existe o interesse e a expectativa pela criação do Geoparque Raízes da Pedra, que conta com apoio de pesquisadores do Instituto Federal Farroupilha da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade Federal do Pampa que já trabalham no inventário geológico de seis municípios que poderão compor esse Geoparque: São Pedro do Sul, São Francisco de Assis, Nova Esperança do Sul, Mata, Jaguari e São Vicente do Sul

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